Hoje resolvi escrever sobre um filme, que vem sendo muito comentado ultimamente, chamado "O Curioso Caso de Benjamin Button" que conta uma história (de ficção) onde o protagonista nasce com todos os sintomas (biológicos) da velhice e aos poucos vai rejuvenescendo ao ponto de se tornar ao final um bebê (depois de já ter vivido 80 anos). Portanto, ele vive experiências biológicas invertidas, e isso vai também ter impactos na socialização dele. Ainda que nascido velho, ele recebe da mãe (adotiva, porque o pai biológico rejeita o "monstrinho" ao nascer) o carinho comum dado a um bebê, porém, no mundo afora, espera-se dele as experiências e saberes de um velho.
É essa confusão/cruzamento do caminho metabólico do nosso corpo biológico com o caminho experimental do nosso ser social que me chamou a atenção no filme, e remete aos constantes (e diria, ainda inconclusos) debates na antropologia, e também na Pedagogia, acerca da relação entre NATUREZA E CULTURA. No filme acredito ser possível perceber sim, uma influência daquele corpo biológico (por exemplo quando ele tinha 10 anos de vida com a aparência de 70 anos) na maneira como ele vivia as suas experiências sociais... como ele se SOCIALIZAVA. Mas por outro lado, é nítido em algumas passagens que a personalidade dele (e seu "domínio do mundo") se formava independentemente da sua condição biológica, sendo "determinado" pela forma em que ocorria a sua inserção no meio social.
Do ponto de vista técnico destaco a maquiagem (claro), mas me chamou mais a atenção, não quando ele fica mais velho, e sim, uma cena em que Brad Pitt é maquiado para ficar mais jovem, com a aparência de um jovem de 15 anos (aliás a última cena em que ele aparece no filme). Impressionante, fica parecendo animação de computador.
Por fim quero destacar o passeio histórico que o filme nos oferece; Benjamin viveu literalmente o "Breve século XX". ele nasce no dia em que acaba a primeira guerra mundial (1918) no meio das comemorações, e a medida que vai "crescendo" (rs) acompanha todas as principais transformações que vive a sociedade americana, como a crise de 29, a IIª guerra mundial e, no final, o "American Way of Life". Muito interessante esse pano de fundo do filme.
Bom, recomendo a todos ver o filme, e quem sabe depois ler o livro homônimo (conversava ontem com Fabiano sobre isso, se é melhor ler o livro antes, ou aproveitar a "facilidade" do cinema? - confesso que fico com a última opção), escrito por F. Scott Fitzgerald em 1921.
Veja o trailer do filme no YouTube:
Grandes abraços...
Vi esse filme ontem e confesso que há tempos não me emocionava com um filme tão bem feito. Desde que vi o trailer me interessei pela história e fiquei aguardando a chegada ao cinema... valeu a espera, o filme nos transporta para a vida do personagem, uma história cheia de detalhes mas interessantíssima e muito bem contada, exceto pelo clichê para a explicação do início do filme... Uma vida que tinha tudo pra dar errado e acabou dando tão certo. Um boa ficção, nestes tempos de tantas notícias ruins, n é mesmo?
ResponderExcluirUm grande abraço!
PS: Assisti Mamma Mia tb, engraçadíssimo e a Meryl está quase irreconhecível. E as músicas do Abba são perfeitas!
Ahhh..
ResponderExcluirTem um MEME pra você lá no blog.. dá uma passada por lá.
Bom fim de semana!
Eu não conseguir assistir todo ( acho que sou igual a Laura)(rsrs), mas Jabis(meu marido) assistiu e adorou, disse que é uma lição de vida!
ResponderExcluirP.S. Saudades de suas aulas tão enriquecedoras!!!!!!!!!