sábado, 3 de janeiro de 2009

O fascínio do cinema



Vi a pouco um filme, uma comédia, produção simples, chamado: "Rebobine por favor". O nome é uma alusão a uma vídeo locadora (coloco o hífen, ou junto as duas palavras? Esse novo acordo ortográfico...) que apenas aluga VHS e, como muitos diante da modernidade fugaz, se isola do mercado por não acompanhar a tecnologia - no início parece uma opção, como um apego ao tradicional, mas adiante veremos que não é bem por isso - como num bom filme nacional chamado Durval Discos onde o proprietário de uma loja insiste em apenas comercializar vinil (tenho o filme caso alguém tenha curiosidade). Acho que essa necessidade de se apegar ao passado, diante de transformações tão intensas e velozes do nosso "presente contínuo" é um fenômeno interessante que mereceria mais atenção (quem sabe alguém não post aqui um comentário sobre as sensações vividas numa "festa ploc" por exemplo? - sei que muitos dos meus amigos foram a uma dessas festas).


Mas, o que de fato me incentivou a escrever hoje, é uma fascinação presente no filme pelo cinema, pela produção de filmes, pela ficção, por se ver representando algo, explorando a criatividade diante de poucos recursos. Isso no filme é fantástico e já paga o ingresso. Os personagens por uma demanda bastante ficcional, começam a "suecar" os filmes, mas com um detalhe importante, os filmes deveriam explorar a criatividade, ter humor, e principalmente: SEREM CURTOS (2o min. em média). Pensei logo em como hoje as pessoas detestam filmes muito longos. Numa cena uma personagem chega a justificar que o cérebro só consegue se concentrar em algo de verdade nos primeiros vinte minutos. Curioso... (dá outro post esse tema).


E aí, como num momento meu de "rebobinar a fita" da minha memória (perceberam aí o trocadilho...rs) lembrei de um momento ímpar da minha trajetória, ocorrido em Outubro de 1997, numa viagem a Canudos/BA. Meu velho amigo Renato vai lembrar desse momento, quando eu, ele e Jane (uma colega da graduação na época muito próxima a nós dois) pusemos na cabeça que faríamos um documentário daquele viagem, ainda inspirados numa recente descoberta do grande Glauber Rocha. Lembro-me bem de quando subíamos todos o monte onde Conselheiro construiu uma igreja em Monte Santo, e como nos esforçávamos para gravar depoimentos sérios sobre aquele mágico lugar.


Adoro cinema, e sempre desejei produzir filmes, desejo compartilhado com Renato desde o tempo do colégio Central, e o filme mostra como isso é importante, não só individualmente, mas também para o meio em que se vive, aonde se procura dar sentido ao passado e ao presente, mesmo que tendo que criar hiper realidades (olha a dúvida do hífen de novo), como acontece no filme, para garantir o glamour daquelas trajetórias sofridas e periféricas.


O filme vale a pena, não é uma obra prima, mas ao brincar com a possibilidade de se criar um "trash cult", renova nos apaixonados pelo cinema um quê de "cinema Paradiso".


Espero que gostem das indicações, e mais uma vez peço que, depois de verem o filme, comentem aqui o que acharam.



Trailer do filme:
http://www.youtube.com/watch?v=zriWZrkyY0g

Grandes abraços...

2 comentários:

  1. Ola prof.,

    Estou acompanhando o Blog, sempre que posso passo para ver as novidades.
    Infelismente não consigo acompanhar o ritmo de postagens dos filmes, muitas outras coisas para fazer e outros filmes também, mas os guardo para quando for a alguma locadora...
    Bom ano de 2009 para vc e sua familia, inté mais.
    Estou com um filme seu, no retorno das aulas te devolvo e vou querer esse "Durval Discos". Comecei a assistir ele a algum tempo atrás mas não terminei, boa oportunidade.

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  2. Olá SANDRO !

    Adorei sua idéia do blog...Achei muito interessante e inteligente.Sinto muita falta de vc ..
    Sempre que posso dou uma passadinha aqui no seu blog , para matar a saudade .

    Um forte abraço.

    Josy - josysateles@bol.com.br

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